top of page

Comprar X alugar máquinas: qual é a melhor decisão financeira?

  • Foto do escritor: THIAGO REPOSSI
    THIAGO REPOSSI
  • 10 de out.
  • 3 min de leitura

Com a taxa Selic atingindo o valor de 15% ao ano, o alto custo de aquisição e manutenção de máquinas e equipamentos, algumas decisões de investimento podem comprometer a saúde financeira das corporações no cenário da construção civil.


Retroescavadeira com moedas voando ao lado
A aquisição de uma máquina pode se tornar uma grande dor de cabeça financeira para algumas empresas

A compra de uma máquina como um caminhão basculante ou uma retroescavadeira pode parecer, em um primeiro momento, uma forma de garantir autonomia e patrimônio. No entanto, quando analisamos o ciclo completo do investimento, considerando custos com manutenção, seguros, combustível e outros, o aluguel surge como uma solução que pode parecer mais atrativa.

A aquisição de uma máquina pesada demanda um investimento inicial alto que, somado aos demais gastos do equipamento, imobiliza recursos que poderiam ser destinados a outras frentes do negócio. Uma retroescavadeira nova, por exemplo, pode chegar a custar quase meio milhão de reais. Mesmo na realização de um financiamento, com a taxa básica de juros da economia (taxa Selic) atingindo 15%, seu maior patamar em 20 anos, os custos se tornam ainda mais elevados.


Em entrevista ao jornal O Globo, Graziela Fortunato, especialista em finanças pessoais e coordenadora do MBA de Finanças Corporativas da PUC-Rio, afirmou que alugar é menos nocivo ao fluxo de caixa e que ter a posse de um produto se torna ainda menos importante quando se trata de algo de uso finito.


Toda máquina pesada, independentemente da marca ou modelo, exige cuidados constantes, revisões periódicas e eventuais reparos corretivos. Esses custos, muitas vezes subestimados na hora da compra, representam uma fatia significativa do orçamento de quem decide ter frota própria. Além disso, a depreciação natural dos equipamentos reduz seu valor de revenda ao longo do tempo, fazendo com que o investimento inicial dificilmente seja recuperado.


Ao optar pelo aluguel, a empresa elimina esses problemas: a responsabilidade pela manutenção e conservação fica por conta da locadora, que precisa entregar os equipamentos em condições ideais de funcionamento. Isso significa produtividade sem atrasos e sem surpresas desagradáveis no orçamento.


A questão da flexibilidade também é decisiva. Cada obra possui características próprias, e raramente uma empresa conseguirá atender a todas elas com uma frota restrita. Em alguns momentos, será necessário um caminhão basculante para transporte de materiais. Em outros, uma retroescavadeira para movimentação de solo. Manter todos esses equipamentos parados em períodos de baixa demanda é antieconômico e representa capital ocioso.


O aluguel permite que a construtora adapte sua frota às necessidades de cada projeto, garantindo que sempre terá à disposição o maquinário adequado para a execução, sem custos desnecessários de ociosidade.


Por fim, há um fator estratégico: ao alugar máquinas pesadas, a empresa concentra seus esforços na execução da obra. Os gestores não precisam se preocupar com burocracias de documentação, licenciamento, armazenamento, seguro ou depreciação do ativo. A locadora assume essa parte, liberando a construtora para focar no prazo, na qualidade e na satisfação do cliente final. O resultado é uma gestão mais enxuta, com melhor aproveitamento de recursos e maior competitividade no mercado.


Quando todos esses pontos são colocados na balança, a conclusão é clara: o aluguel não é apenas uma alternativa, mas sim uma estratégia de negócios que garante mais segurança financeira, eficiência operacional e capacidade de adaptação. É por isso que empresas modernas e bem estruturadas têm migrado para esse modelo, reconhecendo que investir em máquinas próprias pode significar engessar o capital. Em um setor dinâmico como o da construção, em que cada obra exige atenção a detalhes técnicos, contratação de equipes, insumos de qualidade e até mesmo reservas para imprevistos, comprometer o caixa com a compra de equipamentos pode significar abrir mão de oportunidades de crescimento ou reduzir a margem de segurança financeira da empresa. O aluguel, por outro lado, transforma esse desembolso em um custo variável, diluído ao longo do tempo e proporcional ao uso real do maquinário. Isso gera mais liquidez, previsibilidade e permite que a gestão financeira seja conduzida com maior flexibilidade.

Comentários


Receba novos conteúdos exclusivos em seu e-mail!

Muito obrigado!

Receba novos conteúdos exclusivos em seu e-mail!

Muito obrigado!

bottom of page